terça-feira, 17 de março de 2020

COVID-19 E O EGOCENTRISMO



Hoje amanheci bem triste. Acho que é o momento porque passamos em todo o mundo. O isolamento que seremos obrigados a viver. Senti-me bem egoísta porque chorei não por conta do mundo, mas por causa da falta que tenho sentido das pessoas. Chorei porque teremos que adiar a festinha de 1 aninho do meu netinho que já estava toda preparada, nossas passagens compradas. Não me sinto culpada por esse sentimento, afinal são expectativas derretidas pelo COVID-19. Eu até poderia ir, mesmo que todos os voos dentro do Brasil sejam cancelados, poderia pegar nosso carro e partir rumo ao interior do Mato Grosso. Mas não podemos fazer isso. Estaríamos expondo uma cidade inteira ao nosso egoísmo. Apesar desse sentimento egoísta e do choro egoísta que tive, meus atos e minha consciência não o são.

Espero que realmente todos nós brasileiros pensemos assim. Sei que mais para frente vamos comemorar esse tão esperado aniversário do Davi e, além disso, estaremos comemorando vidas salvas, irmãos e irmãs unidos olhando para o próximo com amor, compaixão. Vamos provar agora que o mundo não está doente da alma, que enfrentaremos o que vier com fé na humanidade.

Que Deus nos proteja! 
E Davi, logo estaremos juntinhos. A vovó te ama muito e está morta de saudades.

quarta-feira, 11 de março de 2015

AMOR X PAIXÃO

"Amantes", Van Gogh
"O início da paixão é estratosférico, as pessoas não param quietas exibindo tudo que podem fazer. Depois passam a confessar o que realmente querem. A paixão é mentir tudo que você não é. O amor é começar a dizer a verdade". Fabrício Carpinejar

A paixão é para todos, o amor é para poucos. Paixão é estágio, amor profissionalização. Paixão é para ser sentida, o amor, além de sentido, precisa ser pensado". Martha Medeiros"

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

SONHOS

"Nunca se afaste de seus sonhos. Porque, se eles forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir."Mark Twain

Ótima frase para um início de ano, não é mesmo? Mas não vamos nos esquecer de trabalhar para transformar esse sonho em realidade, senão podemos viver num mundo de fantasias deixando pra trás o que realmente importa! Nunca devemos deixar de lado as pessoas reais que nos acompanham, porque um dia a gente pode chegar lá onde sonhamos e daí percebermos que não valeu a pena fazer isso sozinhos! Já vai ser tarde demais! Pense nisso!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

SOBRE ÁGUAS MANSAS

inspirado em Carrie Bradshaw

Pela primeira vez estou num relacionamento perfeito! Está correndo tudo bem. É como navegar em um mar tranquilo sob um céu azul. Sem nenhuma nuvem. Nós nos adoramos, nos damos bem, nos divertimos juntos, rimos juntos. Fazer amor com ele é como flutuar pelo universo. Se eu acho isso ruim? Não, mas é estranho. Não estou habituada. Agora não preciso fazer nenhum esforço. É tudo lindo e estranho. Eu estou muito feliz, e o melhor, só preciso ser eu mesma. Ele é tão confortável e seguro! Parece bom demais pra ser verdade. Mas é!
Por que quando a gente navega em mares tranquilos procura icebergs escondidos? Por que a gente não acredita na felicidade? Por que tenho medo de ser feliz e procuro problemas quando tudo está perfeito? Eu não quero mais o caos nem vou sabotar tudo isso. Sinto muito, mas este namoro não pode ser tão perfeito. Mas é, e eu aguento essa pressão da perfeição.

Eu posso e mereço ser feliz. Quanto isso vai durar? Não sei, mas não me importa, quero viver. Quando não é difícil, a gente não acredita que é verdade? Quando as coisas são fáceis demais nós suspeitamos? Precisam ser complicadas para que acreditemos que são reais? Aprendemos que o amor nunca é simples. Há obstáculos no caminho antes de vivermos felizes para sempre. O que acontece quando não há obstáculos? Significa que está faltando alguma coisa? Os relacionamentos precisam ser dramáticos para dar certo? Repito: "Não vou sabotar tudo isso". Sempre pedi o que estou vivendo. Eu mereço este friozinho na barriga toda vez que o vejo. Mereço sentir saudades dele mesmo quando passamos um dia inteiro grudados como ventosa. Eu não quero o caos, quero o Amor.

Eu acreditei nisso tudo e vivi intensamente o que escrevi. E sabe o que aconteceu? Eu não sabotei mais nada e estou casada com o "Amor das Minas Vidas". Não me canso de pensar nele, mesmo quando mesmo quando está deitado ao meu lado com o seu corpo quente. 

segunda-feira, 15 de março de 2010

RUBEM ALVES

Não tinha como deixar de postar algumas frases dele. São de suspirar...



"Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar.”

"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar."

"Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel."

“Será possível, então, um triunfo no amor? Sim. Mas ele não se encontra no final do caminho, não na partida, não na chegada, mas na travessia.”

domingo, 7 de março de 2010

COMO DIZIA O POETA

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão
nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
é melhor que a solidão
Vinícius de Moraes e Toquinho

sábado, 6 de março de 2010

DIALÉTICA

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...
Vinícius de Moraes

quarta-feira, 3 de março de 2010

CONFISSÃO

Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!
Mário Quintana

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PACIÊNCIA


Essa música entrou na minha vida lá pelos idos de 2007. Eu recebi de um amigo. Nós sempre trocávamos descobertas musicais. Eu apresentei a ele Mercedes Sosa, ele me apresentou algumas novas musas do samba e essa música do Lenine. A sorte é que era em mp3, porque se fosse em vinil, com certeza teria furado essa faixa. Paciência foi uma música importante para aquele momento da minha vida e também pra minha vida toda. Quem me conhece sabe do que estou falando. Eu sou a pessoa mais impaciente deste mundo. Pra mim, tudo tem que ser resolvido pra ontem. Segundo um outro amigo meu tenho transtorno de ansiedade, em grau máximo. Eu corro, corro, corro... e às vezes não saio do lugar. Mas muitas vezes corro, corro, corro... e consigo resolver as coisas (talvez a música que tenho que colocar neste post é "por isso corro demais, corro demais" - do Roberto Carlos). Ok, faz parte do Viver e Aprender. E a vida ensina, pelo mal, que foi como sempre aprendi, mas também pelo bem, colocando pessoas em nosso caminho. Nunca é tarde para aprender pelo bem e Papai do Céu achou que depois de 37 anos de cabeçadas eu merecia. E eu ganhei de presente o meu amado que é a pessoa mais paciente e relax deste mundo. No início do namoro quase pirei, né? Eu ligada à 440 e ele à 110 volts. O resultado: depois de um ano a gente se casou e já vivemos juntos há um ano. E essa mistura de voltagem deu certo. Aprendi a ter um tiquinho mais de paciência e ele, aos poucos, bem aos poucos, relaxadamente aos poucos, vai correndo um pouquinho mais.
Aqui está a letra da música. A primeira estrofe, claro, é pra mim e a segunda é a cara do meu amor. Veja como sucessivamente cada estrofe serve pra um de nós dois. Com certeza deve ter alguma estrofe aí que serve pra você também.
PACIÊNCIA
MESMO QUANDO TUDO PEDE
UM POUCO MAIS DE CALMA
ATÉ QUANDO O CORPO PEDE
UM POUCO MAIS DE ALMA
A VIDA NÃO PARA...

ENQUANTO O TEMPO
ACELERA E PEDE PRESSA
EU ME RECUSO FAÇO HORA
VOU NA VALSA
A VIDA É TÃO RARA...

ENQUANTO TODO MUNDO
ESPERA A CURA DO MAL
E A LOUCURA FINGE
QUE ISSO TUDO É NORMAL
EU FINJO TER PACIÊNCIA...

O MUNDO VAI GIRANDO
CADA VEZ MAIS VELOZ
A GENTE ESPERA DO MUNDO
E O MUNDO ESPERA DE NÓS
UM POUCO MAIS DE PACIÊNCIA...

SERÁ QUE É TEMPO
QUE LHE FALTA PRÁ PERCEBER?
SERÁ QUE TEMOS ESSE TEMPO
PRÁ PERDER?
E QUEM QUER SABER?
A VIDA É TÃO RARA
TÃO RARA...

MESMO QUANDO TUDO PEDE
UM POUCO MAIS DE CALMA
MESMO QUANDO O CORPO PEDE
UM POUCO MAIS DE ALMA
EU SEI, A VIDA NÃO PARA
A VIDA NÃO PARA NÃO...

SERÁ QUE É TEMPO
QUE LHE FALTA PRÁ PERCEBER?
SERÁ QUE TEMOS ESSE TEMPO
PRÁ PERDER?
E QUEM QUER SABER?
A VIDA É TÃO RARA
TÃO RARA...

MESMO QUANDO TUDO PEDE
UM POUCO MAIS DE CALMA
ATÉ QUANDO O CORPO PEDE
UM POUCO MAIS DE ALMA
EU SEI, A VIDA NÃO PARA
A VIDA NÃO PARA NÃO...

A VIDA NÃO PARA!...
A VIDA É TÃO RARA!...

Composição: Lenine e Dudu Falcão

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CARNAVAIS

foto: Alex Almeida/Reuters Olinda-PE


Eu já sai assim num carnaval. Faz muito tempo, devia ter a idade dessa menininha! Eu adorava carnaval, e a minha mãe fazia uma fantasia para cada dia de festa. Já fui havaiana, mulher maravilha, dançarina de frevo - e dançava mesmo - monstro e até lutadora, com espada e tudo. Nunca fui princesa, rainha, bailarina, cinderela, branca de neve... Não gostava muito de fantasia de menina, por isso minha mãe suava a camisa pra inventar modelitos pra mim.


Olhando essa linda foto do meu amigo Alex, lembrei-me dessa época, da inocência, daqueles antigos carnavais. O carnaval era muito diferente. Eu não gosto de como ele é hoje. Não recrimino quem gosta e acho que a festa tem seu valor! O carnaval é vivo, e não tem como não mudar com os anos! Mas tenho saudades daquela época em que o carnaval era mais inocente, em que a gente saia pra brincar mesmo, claro que tinha paquera. O meu primeiro beijo, por exemplo, foi roubado num carnaval, eu tinha 13 anos. Mas era diferente, bem diferente. Minha mãe já dizia isso na minha época. Ela contava que o lança perfume não era pra cheirar, sim pra jogar nos outros porque ficava geladinho no corpo. Pois é mãe, se ainda fosse viva nem iria acreditar no que acontece hoje em dia, não só com lança perfume. É festa, é carnaval!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ENTERRAR OS MORTOS E CUIDAR DOS VIVOS

Antes de sair em férias na última semana de janeiro, estávamos no auge da cobertura do catastrófico terremoto no Haiti. Isso porque, no fim de ano, já tínhamos mostrado os estragos causados pelas chuvas nos estados do Rio, São Paulo, Paraná. Tinha ficado muito comovida com as histórias que escutei e vi sobre o desabamento em Angra do Reis. Mas, no Haiti, em virtude da proporção do estrago, foi mais difícil. Procurando pessoas pela internet para tentar contato, participando da edição das matérias, sabendo das dificuldades da nossa equipe que estava fazendo a cobertura em Porto Príncipe e escutando os relatos de tudo que eles viam lá, tive um início de férias um pouco down. Até viajei doente! Mas estou relatando tudo isso porque na época comecei a rascunhar um post sobre o Haiti. Minha idéia era escrever sobre o que aprendi nessa cobertura: o sentido de caridade e solidariedade. Queria mostrar que essas duas palavras não estão ligadas à esmola, dinheiro. É muito mais que isso. Só que hoje, retomando as minhas leituras dos blogs que sigo, deparei-me com um texto do O Carderno de Saramago, com o título, Quantos Haitis? Achei perfeito e muito mais oportuno. José Saramago vai no "X, Y e Z" da questão.
Clique aqui e leia o post no blog O Carderno de Saramago.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O SENA


Como prometido no post O São Francisco, agora é a vez do Sena. 











Uau! O rio é lindo, romântico e deixa Paris ainda mais charmosa. Passeamos às margens dele, que é cercado pelas principais atrações turísticas da cidade.

Uma curiosidade: o trigo, da famosa baguete francesa, utiliza o rio, pois importantes moinhos da França estão localizados às margens do Sena (wikipédia). Delícia de baguetes!





Tem gente que até se casa às margens dele!


Mas, apesar de ter ficado encantada com o Sena, ainda prefiro o Velho Chico. Ele, sim, é de tirar o fôlego!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

PESSOAS SÃO COMO VALISES


De volta às minhas leituras e olha o que achei:
"... não acredito na alma humana. Nunca acreditei. Creio que as pessoas são como valises - cheias de certas coisas, levadas daqui para lá, deixadas em qualquer canto, jogadas fora, abandonadas, perdidas e achadas, de repente meio esvaziadas ou mais cheias do que nunca até que finalmente o Último Carregador as joga no Último Trem e lá se vão elas chacoalhando..."

Trecho do conto Je ne parle pas français, do livro Bliss and Other Stories, 1920, de Katherine Mansfield.


É, mas existem valises muito preciosas, que muitas vezes são perdidas, jogadas fora e nunca mais recuperadas! Não quero me sentir assim, como uma bolsa, uma mala perdida ou abandonada!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

...E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ!



De volta! Ueba!

Gente, já no Brasil e feliz da vida com a viagem!
Quero maisssssssssss!
Algumas fotinhos dos momentos de bobagens em Paris e Roma! Claro, né? Imagina se iria ficar sem fazer as minhas macaquices por lá! Depois posto mais fotitas e textos sobre a melhor viagem da minha vida!









domingo, 17 de janeiro de 2010

O SÃO FRANCISCO



Já em férias! E antes do rio Sena, em Paris, uma passadinha pelo rio São Francisco.Por entre os entalhes de Minas
Nasce rio majestoso
Descendo em largas torrentes
Levando no dorso altaneiro e forte
A nobreza de ser brasileiro!

Trecho da poesia de Mariana Stacul. Copiei do cardápio do restaurante o Rei do Peixe, que fica na cidade de Três Marias. O São Francisco nasce em Minas Gerais, no alto da Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas. O restaurante fica em frente ao Velho Chico, embaixo de uma ponte e tem um peixe maravilhoso. Como em Paris a gente só chega na quinta, por enquanto estamos curtindo o nosso lindo Brasil! E o São Francisco é de tirar o fôlego!


domingo, 3 de janeiro de 2010

CEM DIAS ENTRE CÉU E MAR

"...descobri a alegria de transformar distâncias em tempo. Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o mau tempo. A transformar o medo em respeito, o respeito em confiança. Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E, para se chegar aonde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso antes de mais nada querer."Amyr Klink - Trecho do livro "Cem dias entre Céu e Mar".

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FELIZ ANO NOVO



Francês: Bonne Année

Alemão: Frohes neues Jahr

Búlgaro: Честита Нова Година (Chestita Nova Godina)

Catalão: Bon any nou

Dinamarquês: Godt Nytår

Espanhol: Feliz Año Nuevo

Esloveno: Srečno novo leto

Esperanto: Feliĉigan Novan Jaron

Hebraico: Shaná Tová

Inglês: Happy New Year

Italiano: Buon Anno – Felice Anno Nuovo

Japonês: (akemashite omedetou gozaimasu)

Lituano: Laimingų Naujųjų Metų

Neerlandês: Gelukkig Nieuwjaar

Polaco: Szczęśliwego nowego roku

Russo: Счастливого Нового Года {Schastlivovo Novovo Goda}

Sueco: Gott nytt år

Coreano: Sung Tan Chuk Ha


Que tenhamos um lindo 2010... só com ótimas notícias!

domingo, 27 de dezembro de 2009

RUMO A PARIS

A minha avó foi uma pessoa linda em todos os sentidos. Com certeza vocês ainda vão ler muita coisa sobre ela aqui no Revivendo a Poesia. Agora que estou preparando a nossa viagem de lua-de-mel por Paris e Roma, não consigo parar de pensar nela e na minha mãe. É que tem uma história muito linda entre elas, sobre viagem e preparação de viagem. E, nessa história, tem uma passagem que talvez seja a mais cheia de amor e carinho que já escutei.

Quando éramos pequenos, pelo menos duas vezes por mês, íamos para Poconé - cidade onde nasceu a minha mãe, minha avó morou até morrer, meu primos moravam e que até hoje moram duas tias e seus respectivos maridos e alguns amigos. Poconé é uma cidadezinha do interior do Mato Grosso, que fica à uns 100 km de Cuiabá - capital do estado e cidade onde nasci e vivi até os 29 anos. É conhecida como Cidade Rosa por causa da manga rosa e é também o Portal do Pantanal Mato-grossense.

Então, todas as vezes que íamos para Poconé chegávamos de surpresa. Minha mãe achava que era mais legal, que a minha avó ficava mais feliz porque a gente chegava de supetão. É verdade, minha avó ficava muito feliz com a nossa chegada, porque enchíamos a casa e éramos os netos que moravam longe. Não que Vovó Oneide amasse mais a gente do que os outros quatro netos que moravam lá. Longe disso, ela era a pessoa mais justa deste mundo. Tinha amor para todos!

É, mas minha avó ficava feliz com a nossa chegada, não com a surpresa. Ela dizia: "Nenena (apelido da minha mãe, que se chamava Eloisa Elena), se você me avisa com antecedência que virão pra cá, já começo a sonhar com isso a partir desse momento. Fico mais feliz e sinto vocês mais perto! Já vivo a chegada de vocês." Não é lindo?

Pois é, agora sinto tudo isso me preparando pra esta viagem de lua-de-mel! Toda essa pesquisa de roteiros, transporte, hotel, curiosidades... todos esses preparativos já nos fazem viajar, já nos coloca no nosso destino. E o sonho já é mais real, mais palpável! Então nestas três semanas que antecedem a nossa viagem, já estamos sonhando acordados com ela!

Paris e Roma, estamos chegando!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

NATAL


Não gosto muito do Natal. A data lembra família e eu já não tenho uma parte muito importante dela. A outra mora longe. Então não é um dia dos mais legais pra mim e depois que eu vim morar em Brasília, há 8 anos, praticamente passei todos os Natais sozinha. Mas aqui mesmo nesta Brasília que muitos dizem ser fria, impessoal, eu descobri que os amigos verdadeiros são a família que a gente escolhe neste plano. Por isso, ultimamente tenho passado Natais um pouco mais animados. Até visita de Papai, ou melhor, Mamãe Noel já fiz e fiquei tão leve e satisfeita.

A gente deve aproveitar esta época do ano pra pensar em tudo que já fez pelos outros e não só fazer porque é Natal. Esses sentimentos que só temos no Natal - solidariedade, amor ao próximo, carinho, perdão, alegria, companheirismo, união, - têm que ser cultivados o ano inteiro e por toda a nossa vida. O mundo seria tão melhor se a gente fizesse o bem sempre, principalmente com quem está ao nosso lado. Então vamos cuidar direitinho das florzinhas que nos acompanham por esta nossa vida, porque só assim faremos deste, um mundo realmente melhor. Vamos regar nosso jardim com água super vitaminada pra que as nossas plantinhas nunca murchem, nem morram!

Um Feliz Natal pra nós todos e um 2010 com cheiro de café fresquinho, baunilha, chuva no asfalto, bolo de avó, colo de mãe e de pai, abraço de amigo e beijo de quem a gente ama!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

AS BRASAS

Compartilho com vocês hoje uma descoberta. Um autor que ainda não conhecia e a quem fui apresentada pela atendente da livraria Cultura aqui de Brasília. Os que me conhecem sabem que devoro livros. Leio no mínimo de 2 por mês. Quando estou em semana de folga, ou de férias, esse número pode até dobrar. Pois é, amo mesmo ler! E adoro ser apresentada a novos escritores. Não só novos porque estão começando agora, mas também novos pra mim. Desde a adolescência sempre fui encantada pelos escritores e poetas de língua latina: José Saramago, Pablo Neruda, Isabel Allende, Carlos Ruiz Zafón, J.J. Benítez, Mário Vargas Llosa, Gabriel García Márquez, Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes, Clarice Lispector, Cecília Meireles, Ruy Castro, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, entre outros. Era meio avessa a ler autores americanos, ingleses, russos, alemães... Não sei porque, mas achava que eles não tinham a mesma paixão para escrever que os nossos de língua latina. Sei lá, acho que era coisa de adolescente. Com a maturidade veio também a vontade de experimentar o novo - o novo pra mim. Comecei com Ian McEwan, Le Clézio, depois as belíssimas obras de Orhan Pamuk, que quase fiquei sem fôlego lendo, porque começava e não queria parar. 

Agora, como já havia mencionado, fui apresentada à Sándor Márai. Amei! Simplesmente o livro As Brasas tem um texto primoroso, delicado, sensível... Já postei um trecho dele aqui, no Revivendo a Poesia, sobre a amizade. Márai morreu em 1989 - suicidou-se com um tiro de revólver. Ele era húngaro e As Brasas ficou censurado em seu país de 1942 - data da publicação - até 1990. Digamos que Sándor Márai foi redescoberto agora e suas obras estão sendo publicadas em vários países. 

Quem se aventurar a ler As Brasas certamente vai conhecer um pouco da personalidade forte e inquieta de Márai. Ele, segundo Marinella d'Alessandro (tradutora das obras de Márai para o italiano), tinha um profundo mal-estar existencial que nunca o abandonou. Talvez esteja aí a minha identificação com Sándor Márai e sua obra - somos um pouco parecidos nesse mal-estar que não sei explicar o porquê nem de que. No livro, quando o velho general solitário e rancoroso, Henrik, começa o seu monólogo, indaga e também dá muitas respostas sobre a vida e o Homem. Para Henrik, que esperou 41 anos por uma revanche contra seu melhor amigo, "o homem compreende o mundo um pouco de cada vez e depois morre". Espero que um dia eu possa entender pelo menos o meu mundo, antes da dona Morte chegar!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

DONA DA VERDADE

O momento é de paciência e de espera, de se colocar na posição de escutar, observar, ao invés de ter certeza demais das coisas. Todos nós, em geral, tendemos a uma posição de “certeza absoluta”, como se a verdade fosse sempre nossa. Temos que, finalmente, nos permitir um esvaziamento de nossos pontos de vista mais arraigados. Isso é libertador, pois se relacionar envolve e demanda a morte de certezas absolutas, para que assim possamos admirar a verdade que surge do outro, não necessariamente para torná-la maior do que as nossas próprias, mas para que possamos ver o outro como um outro e não como uma extensão de nossos desejos e vontades. Vivemos num mundo tão absorvente, tão vertiginoso, que acabamos esquecendo de escutar.

Esse texto eu recebi no meu e-mail. Quase nunca leio spam. Mas esse, em especial, antes de deletar, resolvi dar uma olhadinha. Acho que foi escrito pra mim, para me ajudar a deixar as máscaras que "acho" que me protegem. Preciso aprender a escutar e aceitar outras verdades que não as minhas. Tenho que parar de pensar que sou a dona dela, essa senhora que muitas vezes deixa a gente cega, de nariz empinado. Acreditar que a verdade nos pertence cega e nos deixa arrogantes. Baixe o facho Cris! Escute mais e fale menos. Seja mais Cris e menos personagem. Você não precisa mais se esconder.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

VIVER NO SENTIDO AMPLO DA PALAVRA

"Estar vivo é o grande milagre. Você não precisa de mais nada para se sentir a pessoa mais feliz do mundo!"

Outro dia eu escutei essa frase e não concordo com ela. A gente precisa de muito mais, ma
s muito mais sim pra ser a pessoa mais feliz do mundo. Tudo bem, estar vivo é um grande milagre. Mas o estar vivo compreende muito mais coisa do que respirar, ter o coração batendo, sangue correndo pelas veias, acordar, dormir...

Estar vivo não é só isso. Porque senão quem está deitado no leito de um hospital respirando, coração batendo, teria que ser a pessoa mais feliz do mundo - e a gente sabe que não é!

Viver, no sentido amplo da palavra, depende da gente. O ser feliz é consequência dos caminhos que a gente escolhe para esse nosso viver. Se apenas vivemos sem fazer nada para que o nosso viver e o de outras pessoas que nos cercam seja um viver melhor, só iremos passar por esta vida.


Viver não é uma obrigação. Não é só como ter que acordar todos os dias, trabalhar pra ganhar dinheiro e poder comer, vestir... Ninguém pode se esquecer de que o seu viver reflete no viver de outras pessoas. Se o seu viver não está legal isso atinge quem te cerca. Não adianta só enfrentar mais um dia. Não é assim. A felicidade se conquista.

Sim, a luta é diária, mas o prazer, como o amor e a troca desse sentimento, também.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

AMIGOS

"Viveram lado a lado desde o primeiro instante, como gêmeos no útero materno. Não precisaram fazer pactos de amizade como costumam fazer os garotos dessa idade, que se lançam com paixão e ostentação a rituais ridículos e solenes, dessa forma inconsciente e grotesca com que o desejo se manifesta entre os homens, quando decidem pela primeira vez arrancar do resto do mundo o corpo e alma de outra pessoa para possuí-la com exclusividade. O sentido do amor e da amizade estava todo ali. A amizade deles era séria e silenciosa como todos os grandes sentimentos destinados a durar uma vida inteira. E como todos os grandes sentimentos, também continha certa dose de pudor e culpa. Ninguém pode se apropriar impunemente de uma pessoa, subtraindo-a de todas as outras."

Sándor Márai - As Brasas (1942)

Então, pra não vivermos impunemente, em vez de subtrairmos uma pessoa das outras, que tal somarmos? Quem sabe a conta não fica perfeita! Pra mim, ser amigo é sempre, mas sempre mesmo, somar, crescer, ampliar...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

...


"A natureza lhe deu o rosto que você tem aos 20 anos. Cabe a você merecer o que terá aos 50."
Coco Chanel

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

...

"Talvez a velhice e o
medo me enganem,
mas suspeito que a espécie
humana - a única -
está em vias de extinção
e que a Biblioteca
perdurará: iluminada,
solitária, infinita,
perfeitamente imóvel, 
armada de volumes
preciosos, inútil,
incorruptível, secreta."

Jorge Luis Borges - A Biblioteca de Babel (1941)

domingo, 25 de outubro de 2009

QUERO

Carlos Drummond de Andrade

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.

do livro As impurezas do Branco, 1973


Essa linda poesia, do mais lindo ainda Drummond, eu recebi esta semana da minha também linda amiga Dani. Ela me enviou por e-mail e escreveu apenas isto: sua cara!
Realmente, minha cara e a cara do Revivendo a Poesia. Essa poesia, que não me lembrava de ter lido antes - e olha que amo Drummond e leio desde que me entendo por gente -, diz tudo, e diz à exaustão, porque é muito bom dizer EU TE AMO e é muito bom ouvir EU TE AMO. Mas não esse EU TE AMO da boca pra fora, que agora é moda entre os adolescentes. O EU TE AMO gostoso de ouvir é aquele dito não só com a boca, mas com o corpo todo. Sim, com o corpo todo, porque o corpo diz muito mais que a boca. E esse EU TE AMO, dito com o corpo todo, eu tenho o privilégio de dizer todos os dias e de ouvir também de 5 em 5 minutos. Quero dizê-lo e ouvi-lo sempre, até quando estiver bem mais velhinha que hoje, voz rouca, trêmula, ouvido curto... mas ainda quente de amor!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ALIANÇA DE VIDA



Foi assim não só porque Deus quis que fosse. É assim, agora, porque trabalhamos para chegar até aqui. As conquistas foram estudadas, discutidas e “conquistadas” juntos. O meu lugar não só na nossa cama, mas no coração dele foi sendo ocupado devagarzinho, passo a passo. Sabia que era ele e que era questão de tempo tê-lo mais uma vez, agora nesta vida. Foi o que aconteceu.

Hoje, esta aliança – não a de ouro branco que carrego na minha mão esquerda, réplica da dos seus pais, mas a da nossa vida -, preencheu todos os espaços vazios que foram deixados nesta e em outras estadas aqui. Eu reencontrei o Amor das minhas vidas, meu caminho, meu pouso feliz. Corpo e alma estão juntos novamente num santuário inimaginável, mas real, muito real: o Amor!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

MONSTRO INDECIFRÁVEL

"Que espécie de bicho é este: mãe. Se eu fosse apenas uma mulher, talvez conseguisse manter minhas opinões intactas do berço ao túmulo, mas sou mãe, do planeta Maternidade, um monstro indecifrável, que ora acarinha e ora rebate, que não mantém muita coerência com o que diz e faz, uma esquisitona entre os mortais."

Esse texto foi tirado do livro Tudo que eu queria te dizer - de Martha Medeiros. Tem tudo a ver com o momento que passo com um filho adolescente, que - por conta disso mesmo, adolescência - acha que é o dono do mundo e que sabe mais do que todos. Já fui adolescente, há séculos - claro -, mas não me lembro de ser assim, ou não me lembro de ser "tão" assim. Mas nunca me esqueci da minha mãe dizendo: "Ser mãe é padecer no Paraíso." Agora entendo o que ela queria dizer, e tenho certeza que ela também se sentia assim, como nesse trecho do livro da Martha.


Então, minha linda mãezinha, é pra você que dedico esse texto. Tenho certeza que daí de onde está, também está um pouco aqui comigo neste meu momento tão antagônico, que hora é de felicidade estonteante e hora de tristeza explosiva. Afinal, sou mãe, este monstro indecifrável.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

TRISTEZA

Já dizia o poeta: "Tristeza não tem fim, felicidade sim." Não concordo, pelo menos comigo essa história não funciona. É engraçado, não sei se com você acontece assim também. Mas muitas vezes eu estou super cansada, triste, chorando de sei lá o que, mas ao mesmo tempo paro e penso: "Nossa, o que está acontecendo comigo, eu sou feliz, estou feliz, mas estou triste ao mesmo tempo? Como isso é possível?"


Pois é, isso é possível. Pelo menos comigo é. Tem dias em que eu acordo triste, muito triste mesmo, com uma tristeza que parece que não vai sair de dentro de mim. Dá vontade de me fechar em mim e me perder, para nunca mais ser achada, nunca mais falar, nunca mais rir. Só tenho vontade de chorar, ficar sozinha, não sair da cama. É como se a tristeza fosse tomar conta de cada pedaço meu.

Mas sabe como é que ela não assume o meu corpo? Porque percebo que muitas vezes toda essa tristeza está relacionada ao cansaço. É como se o meu corpo confundisse as duas coisas e não conseguisse separá-las. Tristeza e Cansaço são diferentes, mas meu corpo não aceita e cobra de mim uma conta que não quero pagar. Ele – meu corpo – me faz chorar, me faz ficar mal humorada, me dá olheiras, me dá dores, me dá uma carga que, tem horas, parece que não vou suportar. Daí eu penso: “Mas não é ele, sou eu. Eu estou fazendo o meu corpo receber uma carga muito maior que o limite aceitável. Não posso fazer isso, tenho que continuar minha vida sendo feliz e tentar não me esgotar.”

E é isso, essa consciência que me faz levantar, trabalhar, sorrir, não tombar e também chorar, porque faz parte, limpa os canais, renova a alma. Ficar triste é perfeitamente compreensível nesta vida que vivemos. Mas tristeza tem fim sim, e ponto final.